Reskilling e mobilidade de talentos no sistema financeiro

Quando foi a última vez que você foi até uma agência bancária para fazer alguma transação ou resolver um problema? Se pararmos para pensar na forma como nossos pais e avós se relacionavam com os bancos e compararmos com os dias atuais, teremos ideia de como a experiência bancária mudou nos últimos anos, graças aos avanços tecnológicos.

Este movimento sem volta, naturalmente, mudou o papel das agências bancárias ao longo do tempo: cada vez mais elas estão voltadas a gerar experiências memoráveis para os clientes, e o número dessas unidades de atendimento vem sendo reduzido, o que, consequentemente, tem eliminado muitos postos de trabalho ligados às agências.

Ao mesmo tempo, para garantir o avanço contínuo do processo de transformação digital, os bancos tradicionais têm contratado cada vez mais profissionais da área de tecnologia e disputado talentos com fintechs e outras empresas de base tecnológica, que por vezes acabam tendo uma marca empregadora mais atrativa para este público.  

Somado ao desafio de encontrar mão de obra qualificada e interessada no volume necessário para atender o crescimento dos times de tecnologia, estas instituições também vêm se comprometendo cada vez mais com objetivos de diversidade e inclusão em todas as áreas e enfrentado um desafio especial para avançar nesta agenda em seus times tech.

Acredito profundamente que este cenário desafiador representa de fato uma tremenda oportunidade para um dos movimentos de maior escala e impacto na agenda de upskilling e reskilling que o Fórum Econômico Mundial tem projetado para o período em que vivemos. 

Instituições financeiras que enxergarem o potencial de oferecer oportunidades de transição de carreira para colaboradores que atuam em funções com queda de demanda, para áreas com alta procura hoje e com tendência de crescimento futuro, estarão promovendo programas de grande impacto social (ESG) e valor em termos de capital humano.

É claro que abordagens que sejam superficiais não trarão os resultados esperados, porém programas estruturados, que aproveitem as boas práticas de educação em tecnologia, podem transformar centenas de milhares de vidas. Se as iniciativas priorizarem públicos de grupos minorizados, o potencial de impacto social se eleva ainda mais e pode contribuir diretamente para que os times de tecnologia se tornem mais diversos.

Enfim, é importante termos consciência de que existe um caminho e que, para garantirmos um futuro do trabalho mais justo e diverso, as organizações precisarão atuar como protagonistas neste processo de transição e requalificação da força de trabalho.

 

Escrito por: Luiz Eduardo Drouet, founder da Prosper Tech Talents, startup de impacto focada em escalar o desenvolvimento de habilidades para o futuro do trabalho, chairperson da Share People Hub, hub de soluções em recursos humanos e presidente da ABRH-SP, principal comunidade de profissionais de RH do país.

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